quarta-feira, 29 de junho de 2011

Estranho jeito de amar.



Todos precisamos de alguém que nos mostre o que queremos ser, nos aponte caminhos e direções, nos levante quando caímos e nos mergulhe numa alegria sem fim. Por maiores que sejam o amor e a dedicação de nossos familiares e amigos, nem sempre são suficientes. Precisamos de um mito. Alguém, que, aos nossos olhos, faça quase o impossível mas ainda assim seja "gente como a gente". Alguém que nos faça sonhar e acreditar que sonho não morre.
Não importar quão infantil possa parecer nossa admiração por um ídolo. Isso faz parte da vida e é algo necessário. As virtudes de alguém que admiramos nos fazem querer melhorar a cada dia. Não é nada pessoal contra nossos pais, tios, irmãos mais velhos ou outras pessoas importantes que nos cercam... É que vendo de longe, nossa vista parece mais clara, por isso esse nosso desejo de nos espelharmos em alguém não tão próximo a nós.
Mas é claro que, como já dizia a minha avó, tudo demais é demasia. Casos de fanatimos excessivo e alienação são mais comuns por aí do que deveriam. Infelizmente, as pessoas confundem ser fã com doença... Quando na realidade, se bem vivido, o sentimentos de um fã por um ídolo pode representar cura. Pode ser a cura das lágrimas, de um momento ruim. Um pequeno gesto de um ídolos pode nos garantir o sorriso por dias. E ídolo só é ídolo quando tem algo de bom a nos ensinar, mesmo que à distância. Fugindo a essa regra, a coisa toda perde o sentido.
Não é bobo ser fã de alguém. Bobo é não sonhar... O amor só engrandece a gente. E quem disse que fã não ama? Ama sim! E só a nível de informação: amor de fã, assim como outros amores, é contruído dia após dia. E não brota do chão, do nada... Ele é concebido em nós e vai crescendo, se fortalecendo, tomando forma até um dia em que não nos dá outra saída que não externá-lo. Assim como todo amor, você tem que primeiro sentir para depois falar. Um "eu te amo" vazio além de ser desrespeitoso, é facilmente reconhecido e faz você perder toda a sua credibilidade como ser humano: todo fã de verdade abomina tietagem vã e tem instinto protetor com relação ao ídolo.
Não imagino a vida de ninguém sem um ídolo. Porque todo mundo, em algum momento, já foi fã de alguém. Ainda que de forma discreta e calada, todos já nutriram por alguma pessoa uma admiração tão sublime a ponto de se sentirem mais leves e felizes. Vou parar de gastar meu latim tentando explicar o que é ser fã e o que um ídolo representa. Basta a gente saber o que é o amor. E amor de verdade, até onde eu sei, quanto menos inexplicável, maior em dimensão. Tudo que posso dizer é que faz bem gostar assim, mesmo que de longe. Porque é de graça e à toa, esse estranho jeito de amar.



Por: Natércia Dantas.